sexta-feira, 29 de julho de 2011

The Agonist


Biografia
The Agonist (formado originalmente como “The Tempest”) é uma banda de metalcore/melodic death metal de Montreal, Canadá formada em 2004. A banda tem contrato com a Century Media Records.

Lançaram seu primeiro álbum “Once Only Imagined” em 14 de Agosto de 2007. Logo depois lançaram o vídeoclipe da música “Business Suits and Combat Boots” que foi dirigido pelo aclamado diretor David Brodsk.
A banda é conhecida principalmente por White-Gluz usar tanto vocais limpos como guturais típicos do Death Metal. O guitarrista Danny Marino, sobrinho do guitarrista lendário Frank Marino, usa uma técnica melódica e agressiva, fazendo o som do The Agonist suave e pesado ao mesmo tempo. A banda também pode se identificar pelo seu criativo baixista, Chris Kells, e pelo seu baterista cheio de energia, Simon McKay.
Também conhecidos pela sua consciência ambiental, os temas de suas músicas giram em torno de temas como a consciência moral diz respeito dos direitos dos animais, dilemas sociais, e do estado do nosso mundo.

Depois de lançar seu primeiro álbum, entraram em uma grande turnê com bandas como: God Forbid, Arsis, The Faceless, Sonata Arctica, Overkill, Epica, Visions of Atlantis, e Enslaved.
Seu último álbum foi Lullabies For The Dormant Mind, lançado em 2009. Este álbum foi responsável por maior popularidade da banda, principalmente por seu single/vídeo “Thank you, Pain”.

AC/DC


No começo, em 1955, a face do rock and roll estava mudando rapidamente. Este foi o ano em que Elvis apareceu pela primeira vez nas paradas, Bill Halley and the Comets fazia todos dançarem em volta do relógio, Chuck Berry encontrava Muddy Waters, e o maior guitarrista de todos os tempos, Angus Young, nascia. Mas ele não nasceu um rock-star, claro... para chegar lá ele teve uma pequena ajuda de seus irmãos.

Angus e Malcolm foram apresentados ao cenário do rock and roll por seu irmão mais velho, George. Ele se tornou um grande astro na Austrália em meados da década de 60 com um grupo chamado Easybeats. Isto deixou uma impressão nos dois irmãos mais novos e os dois acabaram aprendendo a tocar guitarra, tomando lições de George quando este não estava em turnê. Depois eles montaram a sua própria banda.

Malcolm participou de algumas bandas de garagem que não chegaram a lugar algum. Em 1971 chegou a participar de uma banda chamada Velvet Underground (uma homônima, não a que ficou famosa com Lou Reed e Nico). Angus, por seu lado, montou uma banda chamada Tantrum. As únicas apresentações foram em festas escolares. Isto durou até 1973, quando ambos se juntaram para formar o AC/DC.

A estréia do AC/DC ocorreu na festa de ano novo de 1973 no clube noturno Sydney's Chequers. A formação inicial da banda contava com Angus na guitarra solo, Malcolm na guitarra base, Colin Burgess na bateria, Van Knedt no baixo e Dave Evans nos vocais. A formação sofreu diversas alterações. Primeiro Colin Burgess saiu, sendo substituído por Ron Carpenter. Depois Larry Van Knedt saiu sendo substituído por Rob Bailey. Carpenter não durou muito e foi substituído por Russell Coleman, logo depois trocado por Peter Clark.

A formação Young / Young / Evans / Bailey / Clark gravou o primeiro single da banda, "Can I Sit Next to You Girl / Rockin' In the Parlour". As próximas mudanças na formação foram decisivas. O motorista da banda, Bon Scott, disse que sabia tocar bateria e logo tomou o lugar de Peter Clarks. Ele também trouxe para a banda Bruce Houwe, baixista, substituindo Bailey. Não demorou muito para que Angus e Malcon se cansassem de Dave Evans que assumia uma postura cada vez mais glam rock. Então Evans saiu e Bon se tornou o frontman do AC/DC. Logo depois Houwe saiu e George Young assumiu o baixo.

O álbum de estréia do AC/DC, "High Voltage" foi gravado em apenas 10 dias e lançado na Austrália em Fevereiro de 1975. Phill Rudd e Mark Evans foram chamados para assumir a bateria e baixo. Esta formação gravaria os próximos três álbuns, "TNT" em 1975 e "Dirty Deeds Done Dirt Cheap" em 1976. As gravações de "TNT" foram lançadas em alguns países apenas como parte integrante do álbum "High Voltage".

"Let There be Rock" saiu em 1977. É deste disco um dos maiores clássicos da banda, presente em todos os shows desde então, "Whole Lotta Rosie". Durante a turnê uma briga entre Angus e Mark levou este último a abandonar a banda. Não se trataram de diferenças musicais ou coisa parecida, e sim de uma briga de verdade, com os punhos, aparentemente por causa de uma mulher.

O AC/DC não teve problemas em conseguir um novo baixista. Rapidamente contrataram Cliff Williams, que está na banda desde então. Esta formação gravou alguns dos melhores álbuns do AC/DC. Em 1978 saiu "Powerage". Depois lançaram o álbum ao vivo "If You Want Blood You've Got It" que foi gravado a partir de fitas de diferentes shows em 1978.

Finalmente gravaram o que é considerado o melhor disco da era Bon Scott, "Highway to Hell", em 1979. O título é uma referência (e uma sátira, claro) a "Stairway To Heaven", do Led Zeppelin. Vem deste disco (pelo título e por causa da gravura da capa) a fama de satanistas do AC/DC. Os boatos de pacto com o diabo e de que a banda seria uma má influência para a juventude foram reforçados quando um famoso assassino que se entitulava Night Crawler foi preso e se declarou fã da banda.

O AC/DC estava recebendo sua merecida popularidade mundial quando uma tragédia aconteceu. Em 19 de fevereiro de 1980 o vocalista da banda, Bon Scott, foi achado morto no banco de trás do carro de um amigo. Em um pronunciamento oficial à imprensa foi informado que Bon morrera de causas naturais, mas como ele havia bebido muito na noite anterior, acredita-se que ele tenha morrido ao desmaiar e se sufocar com seu próprio vômito. Há também boatos de que haveria heroína envolvida, mas a verdade nunca será comprovada.

A questão era decidir se deveriam continuar. Malcolm e Angus rapidamente decidiram que deveriam, e começaram a procurar o substituto em março. Muitos se apresentaram, mas nenhum parecia o artista certo por uma razão ou por outra. Um fã de 14 anos de Chicago enviou uma carta ao AC/DC recomendando o cantor Brian Johnson, que tocava na banda Geordie. Malcolm lembrou de ter assistido a um show da banda Geordie e que o próprio Bon havia comentado sobre que grande cantor Brian Johnson era. A banda fez uma audição com Johnson e pronto.

O próximo álbum da banda, "Back in Black", foi uma obra de arte. Bon havia escrito 15 músicas antes de sua morte, mas todas as composições foram abandonadas. A banda achava que não seria certo que outra pessoa cantasse as músicas de Bon, então compuseram o álbum inteiro novamente. O álbum foi lançado em julho de 1980, com uma capa preta como tributo a Bon Scott. Esta gravação se tornou na época o disco heavy metal mais vendido, com mais de 10 milhões de cópias.

O AC/DC alcançou o auge da fama por volta de 1981. "Dirty Deeds Done Dirt Cheap" foi finalmente lançado nos Estados Unidos e rapidamente se tornou um sucesso, chegando a vender mais que "Back in Black" durante algum tempo. Eles finalmente eram super-stars.

A formação que gravou "Back in Black" gravou mais dois álbuns. Em 1981 lançaram "For Those About to Rock We Salute You", que foi o seu único álbum a atingir o número 1 na Bilboard.

Após uma imensa turnê mundial gravaram "Flick of the Switch" em 1983. O baterista Phil Rudd estava envolvido com drogas e pouco participou das gravações. Uma briga (de verdade, com os punhos) entre ele e outro membro da banda não revelado ao público foi a gota dágua para que ele fosse despedido da banda.

Para achar um novo baterista o AC/DC colocou um anúncio em uma revista de heavy metal, não dizendo de que banda se tratava. Quando Simon Wright, que tinha 20 anos na época, apareceu para a audição, ficou surpreso ao descobrir que estava sendo testado para o AC/DC. De qualquer forma a banda gostou do que viu, Simon se juntou à banda, e esta formação gravou "Fly on the Wall" em 1985.

Em 1986 lançaram "Who Made Who", que é considerado por muitos um álbum de greatest hits da banda. Na realidade é apenas a trilha sonora do filme "Maximum Overdrive", de Stephen King. As canções foram escolhidas por Stephen, que é um grande fã do AC/DC.

Em 1988 gravaram "Blow Up Your Video", e mudaram novamente de formação. Desta vez o baterista saiu voluntariamente. Simon Wright sempre foi um grande fã da banda Dio e quando Ronnie James Dio o convidou a se juntarem, Simon não demorou a tomar a sua decisão. O substituto foi Chris Slade, que havia tocado com Tom Jones e o The Firm. O novo álbum "The Razor's Edge" foi gravado em 1990. Apesar de desfalcados de Simon, o álbum, produzido pelo próprio AC/DC em parceria com Bruce Fairbain (que havia trabalhado com Bon Jovi e Aerosmith), foi considerado por muitos o melhor álbum desde "For Those ABout To Rock".

Até esta época a banda havia lançado apenas um disco ao vivo. Decidiram então que era hora de um novo registro. Em 1992 "Live" foi lançado em dois formatos, CD simples e CD duplo, com a versão dupla, de circulação limitada, mais direcionada aos colecionadores.

Em 1995 foi anunciado que Rudd estaria de volta à banda. O novo álbum, "Ballbreaker", foi lançado em setembro. A turnê mundial começou em 1996, incluindo apresentações no Brasil.

Para cumprir uma cláusula de contrato com a gravadora que previa o lançamento de uma boxset, em 1997 começou a ser preparada a caixa "Bonfire". Ao contrário do caminho mais fácil de lançar uma grande coletânea de greatest hits, a banda preparou um verdadeiro tributo a Bon Scott. Pesquisas foram iniciadas para recuperar fitas-demos deixadas pelo vocalista bem como registros de shows. Malcolm, Angus e George passaram meses ouvindo material e escolhendo as gravações que melhor capturaram Bon Scott. A caixa foi lançada em novembro, composta por cinco CDs: a íntegra de um show para uma rádio em 1977 ("Live From The Atlantic Studios"), uma das últimas performances de Bon em 1979 ("Let There Be Rock - The Movie - Live In Paris", CD duplo), uma coletânea de demos, músicas inéditas e versões raras ao-vivo ("Volts") e o relançamento de "Back In Black" (com encarte original da versão em vinil e colocado na caixa por se tratar de um tributo a Bon Scott). "Bonfire" trazia ainda um livreto, poster, adesivo, tatuagem, palheta de guitarra e um chaveiro abridor de garrafas.

Em 1998, após tour mundial de lançamento da box-set e merecidas férias, começaram os trabalhos de composição e gravação para o novo álbum, trabalho este feito com calma excessiva, que resultaria no lançamento apenas em 2000 de "Stiff Upper Lip". Brian Johnson praticamente não participou do processo de composição do novo álbum, ocupado com seu trabalho de produtor de outras bandas e participação em projetos solo.

Black Sabath


Biografia
Formada em Birmingham, Inglaterra, em 1968, a banda Black Sabbath foi a pioneira em lançar as fundações do heavy metal que assaltou a música popular nos anos 1970 e 1980. A maneira diferente de tocar - som cru, pesado - com letras mais fortes - abordando temas místicos tornaram-se o modelo para inúmeros grupos que se seguiram. Seu álbum homônimo de 1970 continua sendo um dos mais inovativos e influentes da história do rock.

O quarteto composto por Ozzy Osbourne (vocalista), Tony Iommi (guitarrista), Geezer Butler (baixista) e Bill Ward (baterista), inicialmente se chamou Polka Tulk e mais tarde Earth. Tomaram de assalto o circuito de pubs e clubes de sua cidade natal, com muita energia, blues e rock. Companheiros de escola e vizinhos em Birmingham, o grupo ganhou muitos seguidores na Inglaterra e em 1969 mudaram seu nome para Black Sabbath. O novo nome espelhava a imagem escura, pesada e mística da banda, seu gosto por temas sobrenaturais; além de ser o nome de um filme de terror e magia negra de mesmo nome, do qual o baixista Geezer Butler era grande fã.

Ainda em 1969 entraram em estúdio para gravar o seu primeiro disco. O álbum Black Sabbath chegou ao Top 10 das paradas britânicas, onde permaneceu por três meses e valeu à banda um grupo de fãs fervorosos em ambos os lados do atlântico.

O grande salto para a banda ocorreu com a gravação de Paranoid, um álbum pioneiro do heavy metal. Contando com os riffs cortantes da guitarra de Iommi, o excelente vocal de Ozzy e o ritmo de Butler e Ward, o álbum alcançou o número um nas paradas inglesas e chegou ao número oito na América, onde permaneceu por mais de um ano, virando disco de platina. A faixa título, um verdadeiro mergulho na loucura, foi o maior hit, além dos clássicos War Pigs,Iron Man e Fairies Wear Boots . A banda fez sua primeira turnê estado-unidense no outono deste ano.

Master of Reality, o terceiro álbum do Black Sabbath, foi lançado em agosto de 1971. Entre as oito canções estavam algumas que se tornaram marcas registradas da banda, como “Children of the Grave” e “Sweet Leaf”.

O Black Sabbath gravou o álbum chamado Vol. 4 no início de 1972 no estúdio Record Plant, em Los Angeles. Somando-se a poderosas canções como “Supernaut” e “Under The Sun”, o álbum revelava um lado completamente novo para a banda, com canções melódicas, cuidadosamente escritas e tocadas, como “Cornucopia” e a instigante “Laguna Sunrise”, uma composição instrumental.

Considerado um dos clássicos do hard rock, o álbum de 1973, Sabbath Bloody Sabbath, ganhou aclamação da crítica. Trazia arranjos mais elaborados, em canções como “Killing Yourself to Live”, “Looking For Today” e a faixa título. Produzido, escrito e gravado pela banda, o álbum é considerado por muitos o melhor dos anos com Ozzy.

Quando Sabotage, sexto disco do Black Sabbath, foi lançado em 1975, não apenas estava comprovada a competência da banda, mas também era óbvia a melhoria dos arranjos, produção e lirismo, representando a banda ainda no topo da carreira. Traz o clássico do heavy metal “Symptom of the Universe”,música que para muitos é a precursora do Thrash Metal que viria a ser tocado por bandas como Metallica e Megadeth e “The Writ”, que retratava problemas gerenciais pelos quais a banda passava.

Technical Ecstasy trata-se de um dos mais inventivos e originais álbuns de estúdio do Black Sabbath. Traz canções típicas da banda como “Back Street Kids”, “Gypsy”, “Rock ‘N’ Roll Doctor” e a principal do LP, “Dirty Women”.

Em 1977 Ozzy deixou o Black Sabbath por problemas pessoais. Durante esse período, de outubro de 1977 à janeiro de 1978, Dave Walker do Fleetwood Mac o substituiu. Com esta formação a banda tocou ao vivo apenas uma vez, para um programa de televisão, e gravou “Junior’s Eyes” em uma versão embrionária.

Sendo o oitavo álbum de estúdio de uma carreira que se estende por mais de duas décadas, o lançamento de 1978, Never Say Die!, traz algumas das mais memoráveis letras. O álbum captura toda a força da formação original, sendo último com Ozzy à frente do Sabbath. Ozzy se recusou a gravar material originalmente escrito pela banda com Walker, daí o fato do baterista Bill Ward ter assumido os vocais na canção “Swinging the Chain”. Inclui ainda “Johnny Blade”, “Breakout”, “Shock Wave” e a faixa título, entre outras.

Em 1979 algumas composições do próximo álbum já estavam sendo finalizadas, e seriam gravadas. Ozzy Osbourne, com problemas pessoais, deixou a banda novamente. Segundo Tony Iommi, “Ozzy apenas não estava mais afim de continuar com a banda. Não havia mais vontade nele”. Logo, Ozzy foi substituído por Ronnie James Dio, um estado-unidense que havia participado do grupo Elf e sido parte da banda Rainbow de Ritchie Blackmore. Foi a primeira mudança de formação do grupo em mais de uma década. Heaven and Hell foi o primeiro álbum com o novo cantor. As músicas foram escritas pela banda com a participação de Dio, que assinava todos as letras. Para a maioria dos fãs assíduos do Black Sabbath na época, a mudança de vocal soava como uma ofensa, mas a canção “Heaven and Hell” se tornou um hino para os novos fãs de Black Sabbath, pois esta era a época do tão aclamado NWOBHM, o New Wave Of British Heavy Metal.

Lançado em 1981, segundo álbum com o vocalista Dio e o primeiro álbum com o novo baterista Vinnie Appice, Mob Rules apresenta canções como “Turn Up The Night”, “Slipping Away” e “The Mob Rules”.

Em 1982 o Black Sabbath lançou o álbum ao vivo Live Evil contendo todos os grandes hits de todos os álbuns lançados. Logo após a gravação Ronnie James Dio e Vinnie Appice deixaram a banda. Um boato famoso diz que o Dio tentou “sabotar” a mixagem do álbum para destacar a sua voz no som da gravação.

O álbum Born Again, de 1983, trazia como vocalista Ian Gillan, originalmente membro do Deep Purple. O baterista original do Sabbath, Bill Ward, voltara à banda. Alguns dos destaques deste álbum são “Trashed”, “Digital Bitch” e “Zero The Hero”. Na turnê, Bev Bevan, da banda ELO, substituiu Ward. Depois da turnê Bev Bevan e Ian Gillan deixaram a banda. Bill Ward voltou e o Sabbath experimentou um novo vocalista, Dave Donato. Esta formação nunca gravou e Dave Donato foi demitido da banda após uma entrevista muito egocêntrica. Tentaram novamente manter a banda no ar com o vocalista Ron Keel. Finalmente, com a saída de Geezer Butler, o Sabbath acabou.

Três anos depois, em 1986, Tony Iommi lançou o álbum Seventh Star, anunciado como “Black Sabbath featuring Tony Iommi”. Deveria tratar-se de um álbum solo de Iommi, mas a gravadora decidiu usar o nome do Black Sabbath. Glenn Hughes, do Deep Purple, foi o vocalista. Durante a turnê estado-unidense Glenn Hughes saiu, sendo substituído por Ray Gillen. Com ele, foi gravada uma demotape do que seria o próximo álbum. A gravadora exigiu que Ray Gillen fosse substituído pelo vocalista, até então desconhecido, Tony Martin.

Em 1987 o Black Sabbath lançou o seu décimo quarto álbum, The Eternal Idol, que teve grandes sucessos como “The Shining”, “Hard Life to Love”, “Born to Lose” e “Lost Forever”. A formação da época era constituída de Tony Iommi, Tony Martin (vocais), Dave Spitz, Bob Daisley (baixo), Bev Bevan (percussão) e Eric Singer (bateria, que mais tarde iria para o KISS). Em 1989, o Black Sabbath lançou Headless Cross, com destaques como “Devil and Daughter”, “When Death Calls”, “Black Moon” e a faixa título. A formação consistia de Tony Iommi, Tony Martin, Cozy Powell (bateria) e Laurance Cottle (baixo). Laurance Cottle mais tarde foi substituído por Neil Murray.

Em 1990, vinte e dois anos após a formação, foi gravado TYR. Mantinha o estilo inaugurado em 1987 com “The Eternal Idol”. Alguns destaques deste álbum são “Anno Mundi”, “Jerusalem”, “The Sabbath Stones” e a balada “Feels Good to Me”. Este álbum obteve um recorde de vendas, completamente inesperado. 1992 foi o ano da reunião de Ronnie James Dio, Geezer Butler, Vinnie Appice e Tony Iommi. O álbum Dehumanizer foi aguardado e aclamado. Alguns dos hits foram “Time Machine”, “TV Crimes”, “Master of Insanity” e “Sins Of The Father”. “Time Machine” fez parte da trilha sonora do filme Wayne’s World (“Quanto Mais Idiota Melhor”).

Em 1994 o Black Sabbath lançou seu décimo oitavo álbum, Cross Purposes que entre outros hits incluiu as canções “I Witness”, “Cross of Thorns”, “The Hand That Rocks The Cradle”, “Immaculate Deception” e “Psychophobia”. A formação da banda consistia de Tony Martin (vocal), Geezer Butler, Tony Iommi e Bobby Rondinelli (bateria, ex-Rainbow). Nesta época foi lançado também o álbum ao vivo “Cross Purposes Live”, que era um box com o disco e o vídeo do concerto.

Em 1995 o Black Sabbath lançou Forbidden, com o destaque para as canções “The Illusion of Power”, “Get a Grip”, “Shaking Off The Chains” e “Sick and Tired”. A formação da banda consistia de Tony Martin, Neil Murray (baixo), Tony Iommi e Cozy Powell (bateria). Cozy Powell deixou a banda no meio da turnê estado-unidense e foi substituído por Bobby Rondinelli.

No ano de 1997 foi anunciada a tão esperada volta da formação original, com Ozzy, Bill Ward, Tony Iommi, Geezer Butler e José Murilo, um momento histórico para o Black Sabbath. Logo após, seguiu-se o Ozzfest com várias bandas além da banda de Ozzy e, fechando a noite, o Black Sabbath original. O resultado desta turnê foi Reunion (álbum), um álbum ao vivo que traz clássicos absolutos juntamente com músicas que a muito não se escutavam num show da banda, caso de “Dirty Women” e “Sweet Leaf”.

Depois de alguns boatos sobre a substituição de Ozzy por Ronnie James Dio, foi confirmado em outubro de 2006 que a formação do álbum Heaven and Hell (Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Dio) voltaria a tocar junto, sob o nome desse álbum, participando de festivais e gravando a compilação “Black Sabbath: The Dio Years”. No fim de Novembro Bill Ward declarou em seu sítio[1] que não participará das gravações ou dos concertos desse projeto e será substituido por Vinnie Appice.

Em 2009 , a banda já sob nome de “Heaven And Hell”, lançou seu último disco com Dio, entitulado “The Devil You know”, e fariam sua última turne, uma vez que em Junho de 2010, Ronnie James Dio infelizmente faleceu, perdendo sua luta contra um câncer no estômago.


Discografia

* 1970 - Black Sabbath
* 1970 - Paranoid
* 1971 - Master of Reality
* 1972 - Black Sabbath, Vol. 4
* 1973 - Sabbath Bloody Sabbath
* 1975 - Sabotage
* 1976 - Technical Ecstasy
* 1978 - Never Say Die!
* 1980 - Heaven and Hell
* 1981 - Mob Rules
* 1983 - Born Again
* 1986 - Seventh Star
* 1987 - The Eternal Idol
* 1989 - Headless Cross
* 1990 - Tyr
* 1992 - Dehumanizer
* 1994 - Cross Purposes
* 1995 - Forbidden

Angra


A banda Angra  foi formada em 1992 com o vocalista e tecladista André Matos (ex-Viper, banda com que gravou os discos Soldiers Of Sunrise e Theatre Of Fate - curiosamente, no começo Angra era conhecida como "a banda do ex-vocalista do Viper), o guitarrista Rafael Bittencourt e o baixista Luís Mariutti. Antes de Kiko Loureiro entrar na banda, eles tiveram dois outros guitarristas, André Luís Linhares Bastos (depois na banda Twilight) e André Hernandes. O baterista original era Marco Antunes.

A palavra "Angra" significa "Deusa do Fogo". Já com Kiko na banda, ainda em 1992 foi gravada a primeira e única Demo Tape da banda, "Reaching Horizons", que foi muito bem aceita e recebeu ótimas críticas.

Em 1993 o baterista Ricardo Confessori, ex-Korzus, entrou na banda. Nesse mesmo ano foi gravado o primeiro disco, "Angels Cry". A gravação foi feita na Alemanha e Confessori não tocou nele (a bateria no disco ficou a cargo de Alex Holzwarth, da banda Siefes Even, exceto na música "Wuthering Heights", onde quem tocou bateria foi Thomas Nack, do Gamma Ray). O disco ainda conta com participações especiais de Sascha Paeth (Heavens Gate), Kai Hansen e Dirk Schlachter (Gamma Ray). Vendeu aproximadamente 100.000 cópias no Japão, recebendo disco de ouro, e também foi muito bem aceito em vários países da Europa e na América do Sul.

A banda tocou em 1994 no Monsters Of Rock brasileiro, ao lado de bandas como Black Sabbath, Kiss e Slayer. No Japão foi lançado um single da música "Evil Warning", contendo novas versões de "Angels Cry", "Carry On" e "Evil Warning" e uma versão editada de "Wuthering Heights".

Em 1995 a banda fez uma série de 11 shows em 5 países da Europa. O guitarrista Kiko Loureiro e o baixista Luís Mariutti lançaram vídeo aulas nas séries Rock Guitar e Rock Bass.

Em 1996 foi lançado o segundo disco de estúdio da banda, "Holy Land". Esse disco traz uma sonoridade bastante original, mesclando o metal melódico classicamente influenciado do primeiro disco com sonoridades tipicamente brasileiras, inclusive com citações de compositores brasileiros, como no solo de flauta de "Carolina IV", cuja melodia é de Hermeto Pascoal. O disco foi lançado simultaneamente na Europa, Japão e América do Sul. As edições francesa, alemã e japonesa tinham alguns atrativos especiais: nas primeiras 8.000 cópias francesas havia um cd bônus com as músicas "Angels Cry", "Never Understand" e "Chega De Saudade" (de Tom Jobim) gravadas ao vivo num show acústico; a edição japonesa traz uma música bônus, "Queen Of The Night"; na Alemanha foi lançada uma edição limitada de 3.000 cópias trazendo o cd bônus da edição francesa e a música bônus da versão japonesa. O disco recebeu novamente disco de ouro no Japão.

A banda fez uma nova turnê pela Europa, agora com mais de vinte shows, ao lado das bandas Virgin Steele e Superior. No Brasil fez shows "sold out" em São Paulo, no Palace, tocaram para 9.000 pessoas em Santo André, e fizeram vários outros grandes shows. Também abriram para o AC/DC em São Paulo, para cerca de 40.000 pessoas.

Ainda em 1996 a banda lançou o EP "Freedom Call", com uma música inédita (a faixa-título) e algumas outras coisas interessantes para os fãs da banda: novas versões de "Queen Of The Night" e "Reaching Horizons" (da demo tape da banda), "Stand Away" (do Angels Cry) numa versão orquestrada e "Deep Blue" do Holy Land numa versão editada. Além disso,o EP tem o ótimo cover de "Painkiller" do Judas Priest, gravado para um tributo à banda onde o Angra participou ao lado de bandas como Iced Earth, Blind Guardian, Gamma Ray, Stratovarius, Skyclad, Kreator, Overkill, etc. O clip de "Make Believe", do Holy Land, alcançou o 2o lugar na parada da MTV Brasil, dividindo posições com bandas como Metallica e U2.

No fim da Holy Tour o Angra fez seus primeiros shows no Japão, em Nagoya, Tóquio e Osaka. Depois disso o ainda fez vinte shows na Europa, sendo treze apenas na França. Também participaram de um festival em Milão, na Itália, ao lado das bandas Manowar, Rage, Grave Digger, Time Machine, Eldritch e Moonspell.

Em 1997 foi lançado um novo EP, agora ao vivo, chamado "Holy Live", gravado em um show na França e trazendo alguns dos clássicos da banda, "Nothing To Say", "Z.I.T.O.", "Carolina IV" e "Carry On", além das introduções "Crossing" e "Unfinished Allegro".

Em setembro de 1998 a banda lançou "Fireworks". Antes do lançamento do disco foi lançado um single da música "Lisbon", com uma versão acústica de "Make Believe" e "Angels Cry" na versão da demo "Reaching Horizons". O disco "Fireworks" não trazia as características rítmicas e melódicas brasileiras presentes no "Holy Land", sendo um disco mais direto e agressivo que o anterior.

Durante a turnê do álbum "Fireworks", problemas de relacionamento se agravaram, o que resultou na saída de André Matos, Luís Mariutti e Ricardo Confessori. Ainda em 2001 veio a notícia de que o Angra tinha três novos músicos: Eduardo Falaschi (que veio do Symbols), Felipe Andreoli (ex-Karma e DiAnno) e Aquiles Priester (Hangar, também tocou no projeto "Nomad", do Paul Di'Anno).

Depois de estabilizada a nova formação, entraram em estúdio para gravar "Rebirth". Críticas positivas referentes a esse álbum saíram no mundo inteiro. Em menos de 45 dias do lançamento já haviam ganho o disco de ouro no Brasil.

Depois de encerrada a turnê nacional de "Rebirth", entraram em estúdio para gravar o mini-álbum "Hunters and Prey", que foi lançado em meados de 2002. Depois de gravado o mini-álbum, partem em turnê pela Europa, fazendo 25 shows passando por vários países. Em junho de 2002, pela primeira vez a nova formação foi tocar no Japão. Neste mesmo ano, Fábio Laguna assume os teclados, sendo efetivado como integrante oficial no ano seguinte.

No segundo semestre, a banda participa de dois dos principais festivais de verão europeus: Rock Machina, na Espanha e Wacken Open Air, na Alemanha. Em novembro se apresenta pela primeira vez nos Estados Unidos e no Canadá.

Em dezembro de 2002 é lançado o CD ao vivo e DVD “Rebirth World Tour Live In São Paulo”, cuja primeira prensagem vendeu 15 mil cópias e a primeira edição do DVD bate na casa das 10 mil cópias, se tornando o 3º DVD mais vendido no Brasil pelo site da Som Livre.

Ao mesmo tempo em que a banda se apresenta tanto no Brasil como em outros países, seus integrantes passam cada vez mais a se dedicar à realização de workshops, clínicas e aulas. Esses eventos, realizados de maneira informal e didática, fazem com que o grupo seja ainda mais respeitado em todos os locais onde se apresenta, sendo comuns, inclusive, os convites para que seus músicos visitem escolas de música durante suas turnês internacionais.

Na esteira da consagração destes eventos, são lançados alguns vídeo-aulas: Kiko Loureiro lança “Os Melhores Solos e Riffs do Angra” e “Técnica e Versatilidade”, e Felipe Andreoli edita o “Angra Bass”. Enquanto isto, Edu Falaschi grava duas músicas (“Pegasus Fantasy” e “Blue Forever”), para a versão brasileira da trilha sonora do desenho animado “Cavaleiros do Zodíaco”.

Como se não bastasse tudo isto, a banda foi um dos artistas escolhidos para comemorar os trinta anos do programa “Esporte Espetacular”, da TV Globo, tendo regravado o tema de abertura do programa em uma versão "Heavy Metal".

No segundo semestre de 2003, se iniciou o processo de composição para o novo álbum. Em dezembro, quando o produtor Dennis Ward (com o grupo desde o disco Rebirth) veio ao Brasil, foi dada a largada para uma verdadeira maratona de trabalho, iniciada com a pré-produção. A partir das várias idéias disponíveis, as melhores composições foram escolhidas para fazer parte do álbum e o grupo passou então a ensaiá-las exaustivamente, preparando-se para entrar em estúdio.

A fim de obter a atmosfera mais confortável possível, a banda decidiu por gravar a quase totalidade do disco no Brasil. Dessa forma, logo após os feriados de fim de ano, o Angra e seu produtor entraram em estúdio para trabalhar por quase dois meses colocando em prática algumas idéias diferentes para otimizar o processo de gravação, como, por exemplo, gravar as partes de baixo após as bases de guitarra.

As atividades ganharam um intervalo para que Dennis retornasse à Europa para sair em turnê com sua banda, o Pink Cream 69, em março e abril, sendo retomadas posteriormente com a gravação de vozes, guitarras, teclados etc.

Como novidade, desta vez a banda chamou alguns convidados especiais para enriquecer ainda mais o disco, como Milton Nascimento, Kai Hansen (Gamma Ray), Sabine Edelsbacher (Edenbridge) e Hansi Kürsch (Blind Guardian), entre outros. Como já havia sido feito em Holy Land e no aclamado Rebirth, este é mais um trabalho conceitual com tema criado por Rafael Bittencourt e no qual as letras das músicas possuem uma forte conexão entre si.

O disco vai se chamar "Temple Of Shadows" e irá contar a história de um cavaleiro cruzador, chamado The Shadow Hunter, que, em pleno século XI, passa a questionar os ideais da Igreja Católica. Toda a saga de "The Shadow Hunter", começando com essa mudança na sua forma de pensar, passando pela criação de uma nova ordem reformadora e abrangendo os vários episódios que isso acarreta ao longo de sua vida, é contada através das músicas, sendo que cada uma delas narra um capítulo de sua história.

O álbum foi concluído em meados de julho, no estúdio House Of Audio, localizado na Alemanha, onde, sob o comando de Dennis Ward, aconteceram as gravações de voz e a mixagem. Em seguida, Kiko, Rafael e Edu foram para o Japão a fim de divulgar o disco através de entrevistas e miniapresentações acústicas.

The Who


A história do The Who começou quando Pete Townshend e John Entwistle formaram a banda The Confederates. John percebeu que tinha mãos grandes demais para tocar guitarra (ele começou tocando trompa, piano e trompete, sendo o único membro do The Who que lia música e tinha profundos conhecimentos de teoria musical) e passou a tocar baixo. Pete e John tocavam jazz tradicional (Dixieland), sem ganhar muito dinheiro. Diz a lenda que John andava com seu baixo numa mão e o amplificador na outra quando encontrou Roger Daltrey, que perguntou se ele sabia tocar o instrumento que segurava e o convidou a tocar em sua banda. A principio John disse que já tocava em uma (uma das bandas de Jazz/Rythm&Blues de Pete Townshend) mas Roger o convenceu pelo fato de que a banda dele já estava fazendo dinheiro. Pete aceitou e surgiu The Detours, banda de skiffle com Daltrey na guitarra solo e tambem no trombone, Entwistle no trompete e baixo, Pete Townshend tocando banjo e Doug Sandom na bateria. Nessa época era o próprio Roger Daltrey que construia as guitarras da banda em madeira compensada.

Vários bateristas e vocalistas passaram pela banda, mas foi a influência de Johnny Kidd And The Pirates, a banda de rock pre-beatles mais famosa na Inglaterra, que convenceu Daltrey a largar a guitarra e ir para os vocais, e Pete passou a tocar tanto guitarra solo quanto base. Mas a completa reviravolta viria quando Keith Moon entrou para a banda. Keith tinha uma banda de surf music e apareceu dizendo que podia tocar melhor que Doug Sandom. Keith Moon compareceu para o teste munido de alguns metros de corda. Começou a amarrar os bumbos e caixas, ao que Entwistle perguntou qual era a funçao daquilo. Foi convidado a fazer um solo de bateria a título de demosntração e comecou a atacar seus tambores com tanta furia que eles pulavam de um lado para o outro quicando no chao. Estava explicada a função da corda. Com a sugestao de Richard Barnes, colega de Pete, o nome da banda passou a ser The Who.

Comecaram como uma banda mod. Seu empresario renomeou-os para "The High Numbers", compuseram algumas musicas com letras tipicamente mod, mas nao fizeram grande sucesso. Foi como The Who outra vez que entraram para a historia do rock. O primeiro single, "I Can't Explain", tinha Jimmy Page na guitarra solo e atingiu o oitavo lugar. E por toda a carreira da banda ela era executada em praticamente todos os shows. Lancaram vários singles, os albuns My Generation, A Quick One, e The Who Sell Out, mas ainda assim sempre ficavam longe do primeiro lugar. Até que uma vez Pete deixou cair sua guitarra durante um show e, frustrado, transformou-a em pedacos, coisa que o publico nunca havia visto. Isto se tornaria uma de suas marcas registradas. Os shows do The Who eram marcados por Pete Townshend pulando feito um louco, Roger Daltrey girando o microfone como se quisesse lacar um boi, Keith Moon atacando furiosamente a bateria e John Entwistle completamente parado. Eram conhecidos como "a banda que quebrava tudo ao terminar o show".

O sucesso da banda teve início com o lancamento da opera-rock Tommy, em 1968. Passavam por problemas na epoca. Moon so tinha uma bateria e tinha que desmonta-la e remonta-la todo o tempo, pois durante as gravacoes era preciso fazer shows pra conseguir dinheiro. Depois do lançamento de Tommy ficaram milionários em pouco tempo, foram finalmente elogiados pela crítica, e entraram em uma enorme turnê, tocando toda a opera-rock mais de cem vezes. Começava aí a era de ouro do The Who.

Com rocks pesados como Heaven And Hell, Young Man Blues, My Generation, entre outras, eles se tornaram a banda de rock ao vivo mais disputada na época, juntamente com os Stones. Antes abriam shows para os Herman's Hermits. Agora o Led Zeppelin estava entre os que abriam para eles. O The Who percebeu isso e lancou o disco ao vivo Live At Leeds, considerado por muitos como o melhor álbum ao vivo da historia do rock. Depois disso, veio o Who's Next, ao mesmo tempo um sucesso e um fracasso. Um fracasso por que Pete Townshend fez um estardalhaco sobre o disco, que seria uma opera-rock, e ele se mostrou apenas um disco normal. Um sucesso por que foi direto para o primeiro lugar, coisa que o The Who nao tinha conseguido ate entao.

Em 1973 é lancada a opera-rock Quadrophenia, considerada a obra-prima do The Who. Contava a historia de Jimmy, jovem dividido entre os mods e os rockers, as duas gangs rivais na inglaterra nos anos 60. Neste disco se encontram ótimos momentos de John Entwistle, o melhor baixista de sua era. Ele havia sido o primeiro a gravar um solo de baixo, com My Generation, em 65, e a partir daí, passou a usar seu baixo em praticamente todas as músicas ao vivo como um instrumento de solo.

O The Who adotou ao vivo o estilo do Cream, que ja era usado no blues: Começava-se a música com os vocais de Roger Daltrey, os "power chords" de Pete Townshend e riffs de John Entwistle, e quando Daltrey parava, todos os tres solavam ao mesmo tempo, John Entwistle com suas incriveis corridas pelo braco do baixo, Pete Townshend com solos em pentatonica, e o ataque furioso à bateria de Keith Moon (para ele, era como se todo o show do The Who fosse um imenso solo de bateria). No final da musica, voltavam os vocais, os riffs de baixo e os power chords.

Em 1975, foi lançado o músical "Tommy" para o cinema, produzido por Robert Stigwood. O elenco do filme contou com Roger Daltrey, Pete Townshend, Rod Stewart, Elton John e os astros do cinema Jack Nicholson e Ann Margaret. O disco também deu origem ao musical "Tommy" encenado dezenas de vezes, com sucesso, na Broadway.

Lançaram ainda The Who By Numbers e Who Are You, quando, em 1978, Keith Moon morreu de intoxicacao acidental de pilulas contra alcoolismo. Nesse ano foi lançado o filme-biografia "The Kids Are Alright".

Apesar da morte do insubstituível Keith Moon o The Who continuou, com Kenney Jones, (ex-Faces, banda de Rod Stewart) na bateria. Lançaram Face Dances, It's Hard e o álbum ao vivo Who's Last, com essa formação, encerrando suas atividades durante um período de tempo.

Voltaram em 1989 com Simon Phillips na bateria (tecnicamente muito superior a Kenney Jones) em uma turne com o Tommy completo, lançaram uma caixa de 4 CDs com músicas ao vivo dessa turnê, Join Together, um vídeo e a coletânea Who's Better, Who's Best (trocadilho com a música You Better You Bet, do álbum Face Dances). Em 1994 saiu a caixa de 4 CDs Thirty Years Of Maximum R&B e o video Thirty Years Of Maximum R&B Live, com várias raridades, como músicas mod dos High Numbers.

Em 1996, Pete Townshend, John Entwistle, Roger Daltrey e artistas convidados entraram em turnê tocando a ópera-rock Quadrophenia, coisa que não faziam a praticamente 20 anos. Ao mesmo tempo, todos os discos do Who foram relançados depois de devidamente remasterizados, e vêm com inúmeras faixas bônus adicionadas com o objetivo de aproveitar todo o espaço disponível no formato CD, além de livretos com informações completas sobre a história de cada álbum. Ainda no mesmo ano sai o CD duplo "Live At The Isle Of Wight Festival 1970" que traz a memorável apresentação da banda no festival, incluindo um home-vídeo com cerca de metade do show.

Transcorridos quatro anos sem nenhum material inédito, eis que no início de 2000 somos brindados com mais um CD duplo, desta vez enfocando várias sessões ocorridas na rádio BBC de Londres: o "BBC Sessions", que vêm em três versões diferentes: uma dita "normal", editada nos EUA; outra Inglesa, contendo uma faixa à mais que a edição americana e outras de forma mais completa; e uma outra edição também americana vendida pela cadeia de lojas Best Buy, que vêm com um cd bônus contendo uma breve entrevista com Pete e sete (!) faixas a mais...

Logo em seguida, uma bomba: a banda resolveu voltar à ativa, lançando mais um trabalho intitulado "The Blues To The Bush", gravado ao vivo em quatro apresentações ocorridas em 1999, onde contam com Townshend, Daltrey e Entwistle, além do baterista Zak Starkey (filho do ex-Beatle Ringo Starr) e o tecladista John "Rabbit" Bundrick. O detalhe é que até o momento não há previsão de um lançamento "normal" deste trabalho, que estará disponível apenas em MP3 para download! Felizmente para os fãs, Townshend não levou a sério a frase que imortalizou: "hope I die before I get old" (espero morrer antes de envelhecer).

Em junho de 2002 faleceu, aos 57 anos, John Entwistle, enquanto dormia, em um quarto do Las Vegas Hard Rock Hotel & Casino. O corpo de John foi encontrado por seu roadie e a causa da morte logo foi associada ao consumo de cocaína associada a problemas cardíacos. A banda prosseguiu em turnê a despeito da grande perda.

AFI

A banda AFI (sigla do nome completo, A Fire Inside) surgiu em Ukiah. A formação inicial contava com Davey Havok (vocal), Adam Carson (bateria) e um estranho denominado "The Artist Still Known As Mark" (guitarras). A formação inicial não tinha baixista. Mais tarde em 1991 a banda se estabilizaria com Davey Havok nos vocais, Jade Puget na guitarra, Hunter no baixo e Adam Carson na bateria. Começou como uma banda de hardcore californiano desde o inicio marcada pelas letras depressivas e pesadas de Davey Havock. A banda nunca teve o reconhecimento da mídia pelos seus trabalhos mas mesmo assim angariou uma legião de fãs pelo mundo.

Do tipico hardcore o AFI evoluiu para um som proprio, que graças as letras e ao visual do vocalista da banda foi taxado de "Gothic punk". Na Nitro Records o AFI lançaram alguns álbuns como "Very Proud Of Ya" (1996), "Shut Your Mouth & Open Your Eyes" (1997), "Black Sails In Sunset" (1999) e "The Art of Drowning" (2000).

Em seu álbum "Sing the sorrow" conseguiu uma exposição maior na mídia. No trabalho dos produtores Butch Vig (Nirvana, Smashing Pumpkins) e Jerry Finn (Green Day, Rancid) percebe-se uma maior preocupação para com os arranjos e sonoridade, demonstrando a evolução clara da banda em faixas como "Girls not Grey" e "Leaving Song Pt.II".

Nirvana


Biografia
Nirvana foi uma banda de grunge fundada no ano de 1987 em Aberdeen, Estados Unidos, cidade vizinha a Seattle, que fazia parte do circuito underground, juntamente à cena de Portland.

Sua música foi inspirada no Punk Rock e no Rock Alternativo e foi chamada “Grunge” pela imprensa e meios de comunicação da época (termo que todas as bandas da época rejeitavam). O grupo se desfez em 1994 com a morte de seu líder, Kurt Cobain.

O Começo
Em 1984, Kurt fortalece a amizade com Krist Anthony Novoselic. Os dois se conheciam de vista da escola e de ensaios dos Melvins (banda muito conhecida no cenário local). Mas começam a se entrosar quando tocam juntos em alguns ensaios sem compromisso. Mesmo assim, Novoselic não se empolgou imensamente com a idéia de participar de uma banda com Kurt.

Em maio de 1985, abandona a escola um mês antes de se formar. Em dezembro, Kurt, finalmente leva em frente sua primeira banda e lhe dá o nome de Fecal Matter. Tocam com ele Dale Crover no baixo e Greg Hokanson na bateria. A primeira fita do Fecal Matter é registrada ainda naquele mês. Kurt e Crover viajam de Aberdeen a Seattle para usar o gravador de quatro canais de Mari, tia de Kurt. A banda iniciante também faz um pequeno show em Aberdeen, abrindo para os Melvins.

Em 1986, o Twitter se desintegrava. Kurt continua brincando de rock em jams com vários colegas. Novoselic passa a ser um companheiro mais freqüente de ensaios, tocando seu baixo. O primeiro nome da banda é Stiff Woodies. Depois, para ganhar uns trocados em bares, eles atualmente com o nome de The Sellouts, fazendo covers de Creedence Clearwater Revival. Kurt toca bateria, Novoselic toca guitarra e canta, e um certo Steve Newman assume o baixo.

Em Janeiro de 1987, Aaron Burckhardt passa a ser o baterista fixo do trio que seguirá mudando de nome até 1988: Skid Row, Bliss, Throat Oyster, Pen Cap Chew e Windowpane. Em 17 de Abril, com o nome de Skid Row, o trio toca ao vivo na rádio comunitária KAOS, na Evergreen State College, em Olympia. A apresentação se transforma na primeira fita demo da banda. Em Outubro, Aaron é quicado da banda, que passa a ensaiar com Dale Crover, que integrava os Melvins. É uma solução breve, apenas para a gravação de uma fita demo decente em um estúdio de verdade. Em setembro, Kurt começa seu primeiro namoro firme com Tracy Marander. Ele vai morar com ela. De paixão, iam bem. Mas a falta de asseio e a ociosidade de Kurt começam a criar atritos.

Em 23 de Janeiro de 1988, Cobain, Novoselic e Crover gravam no Reciprocal Studios, em Seattle, com o produtor Jack Endino, que abriu o local em 1986. O trio sem nome definido grava dez músicas em seis horas. Naquela noite, a banda se apresentaria com o nome de Ted Ed Fred em Tacoma, cidade vizinha. Em Fevereiro, Jonathan Poneman, da Sub Pop, ouve a fita demo depois de um toque de Jack Endino e gosta. Marca uma conversa com Kurt Cobain em um café em Seattle. Os dois acertam a gravação de um compacto. Em março, a banda escolhe seu nome definitivo: Nirvana, que é usado pela primeira vez num show em Tacoma, com Dave Foster na bateria. Ele logo seria dispensado. Em maio, Chad Channing assume o posto de baterista definitivo. Em junho, o Nirvana grava músicas para seu primeiro compacto pela Sub Pop - “Love Buzz / Big Cheese” saiu em novembro.

O interesse por um álbum crescia - tanto pelo Nirvana, quanto pelos funcionários da Sub Pop. As sessões finais de gravação para o disco de estréia da banda aconteceram em dezembro de 1988. Em fevereiro de 1989, Jason Everman é escalado como segundo guitarrista da banda e faz sua estréia em um show na Universidade de Washington. Amigo de Chad Channing, Everman emprestou 600 dólares para pagar o tempo de estúdio das gravações de Bleach - a título de curiosidade, Jason nunca chegou a ser reembolsado. Embora não tocasse no disco, seu nome foi impresso na capa como membro da banda e segundo guitarrista. Em 15 de junho, o trabalho é finalmente lançado pela Sub Pop.

O disco que até hoje já vendeu mais de 10 milhões de cópias. Foi o maior sucesso da banda, as músicas Smells Like Teen Spirit, Come As You Are foram tocadas até a exaustão… A MTV descobre a banda e é elevada à décima potência… Se tornou uma grande banda, mas por vezes ficava nas manias e humores de kurt…

Nirvana
Quando ganhou sua primeira guitarra elétrica no seu décimo quarto aniversário, depois de escolher entre esta e uma bicicleta, Kurt logo começou a aprender algumas músicas e tocava alguns covers, como de “Back in Black” do AC/DC e “My Best Friend’s Girl” da banda The Cars. Sem demora, começou a trabalhar em suas próprias canções.

Durante o Ensino Médio, quando aprimorava seu dom de guitarrista, nunca encontrou ninguém para tocar de modo espontâneo e divertido, até que conheceu o amigo Krist Novoselic. A mãe de Krist era dona de um salão de beleza e os dois começaram a ensaiar eventualmente na sala que ficava no último andar do prédio. Nessa época, deu a Novoselic uma fita demo de sua banda ou projeto pessoal, Fecal Matter. Depois de alguns meses de indecisão, Krist finalmente ouviu a fita e gostou. Acabou por concordar em formar uma banda juntamente com seu mais novo amigo, que resultaria no Nirvana.

Cobain e Novoselic formam sua primeira banda, chamada Stiff Woodies, que logo se desfez. Quando estavam em vias de cada um seguir seu próprio caminho, a dupla descobriu que os Melvins conseguiam ganhar 80 dólares por show realizado. Isso deu ânimo aos dois, que passaram a atuar sob o nome de The Sellouts, fazendo covers de Creedence Clearwater Revival. Kurt toca bateria, Novoselic toca guitarra e canta, e um certo Steve Newman assume o baixo. Em janeiro de 1987, Cobain e Novoselic conhecem Aaron Burckhardt, que passa a ser o baterista fixo do trio, que seguirá mudando de nome até 1988: Skid Row, Bliss, Throat Oyster, Pen Cap Chew e Windowpane. Nesse período Kurt e Novoselic assumiram seus postos musicais fixos: vocalista e guitarrista e baixista, respectivamente. Kurt tornara-se também o compositor da banda. Em 17 de abril, com o nome de Skid Row, o trio toca ao vivo na rádio comunitária KAOS, na Evergreen State College, em Olympia. A apresentação se transforma na primeira fita demo da banda. Em outubro, Aaron sai da banda, que passa a ensaiar com Dale Crover, que integrava os Melvins. É uma solução breve, apenas para a gravação de uma fita demo decente em um verdadeiro estúdio.

Em 23 de janeiro de 1988, Kurt, Novoselic e Crover gravam no Reciprocal Studios, em Seattle, com o produtor Jack Endino, que abriu o local em 1986. O trio sem nome definido grava dez músicas em seis horas. Naquela noite, a banda se apresentaria com o nome de Ted Ed Fred em Tacoma, cidade vizinha. Em fevereiro, Jonathan Poneman, da Sub Pop, ouve a fita demo depois de um toque de Jack Endino e gosta. Marca uma conversa com Kurt em um café em Seattle. Os dois acertam a gravação de um compacto. Em março, a banda escolhe seu nome definitivo, Nirvana, que é usado pela primeira vez num show em Tacoma, com Dave Foster na bateria. Ele logo seria dispensado. Em maio, Chad Channing assume o posto de baterista definitivo. Em junho, o Nirvana grava músicas para seu primeiro compacto pela Sub Pop. “Love Buzz/Big Cheese” saiu em novembro.

O interesse por um álbum crescia, não só pela banda, mas também pelos funcionários da Sub Pop. As sessões finais de gravação para o disco de estréia da banda - Bleach - aconteceram em dezembro de 1988. Em fevereiro de 1989, Jason Everman é escalado como segundo guitarrista da banda e faz sua estreia em um show na Universidade de Washington. Amigo de Chad Channing, Everman emprestou 600 dólares para pagar o tempo de estúdio das gravações de Bleach - a título de curiosidade, Jason nunca chegou a ser reembolsado. Embora não tocasse no disco, seu nome foi impresso na capa como membro da banda e segundo guitarrista. Em 15 de Junho, o trabalho é finalmente lançado pela Sub Pop e bem aceito pelo público e crítica. A banda sai em turnê, inclusive pela Europa, e ganha holofotes de grandes mídias.

O baterista Chad Channing deixa o Nirvana alegando incompatibilidade musical. Em 1990, o guitarrista e vocalista dos Melvins, Buzz Osborne, encorajaram Novoselic e Cobain a procurarem por uma banda punk chamada Scream. A dupla ficou muito impressionada com seu baterista, Dave Grohl. Semanas depois, o Scream desintegrava-se - era a deixa para Dave envolver-se com o Nirvana. Dave ligou para Osborne dando o recado, quando Osborne deu a ele o número de telefone de Krist. Krist acabou convidando Dave para viajar até Seattle para uma conversa bastante promissora. O baterista fez um teste e passou com louvor. O Nirvana encontrava seu melhor baterista e a banda transforma-se numa verdadeira máquina.

A banda começou a gravar seu segundo disco, a obra-prima Nevermind, lançada em setembro de 1991. O disco catapultou a banda para o mainstream e transformou-a num fenómeno mundial . O disco vendeu cerca de 25 milhões de cópias no mundo todo e é considerado um dos mais importantes e influentes da história do rock.

A banda seguiu sua enérgica carreira e lançou novos discos: a compilação de raridades e lados-B Incesticide, em 1992, e um terceiro álbum de estúdio, em 1993, In Utero. No mesmo ano, o grupo gravou uma apresentação acústica para a MTV. Todos os discos tornaram-se verdadeiras obras de arte e são aclamadas mundialmente. O Nirvana acabou por desintegrar-se após o trágico suicídio do Kurt Cobain, em 5 abril de 1994.

Casamento
Courtney Love viu Kurt, pela primeira vez, durante um show do Nirvana em Portland, estado de Oregon, no ano de 1989. Os dois tiveram uma rápida conversa naquela noite e Love logo desenvolveu uma queda pelo cantor. De acordo com o jornalista Everett True, os dois foram formalmente apresentados apenas em maio de 1991, em Los Angeles, durante um concerto das bandas L7 e Butthole Surfers]. Nas semanas que se seguiram, depois de descobrir através de Dave Grohl que Cobain também sentia-se atraído por Courtney, ela começou a persegui-lo. Mais algumas semanas e os dois se viram saindo juntos, o que começou no outono de 1991.

O namoro resultou na gravidez de Courtney, que descobriu estar esperando um bebê de Kurt em janeiro de 1992. Logo o casal decidiu se casar, cerimônia que aconteceu em 24 de fevereiro de 1992, na Praia de Waikiki, no Havaí. Na época, Kurt disse à Sassy durante uma entrevista: “Nos últimos dois meses me tornei noivo e minhas atitudes mudaram radicalmente. Não acreditava no quanto estava feliz. Muitas vezes nem me tocava que estava numa banda em plena atividade, de tanto que eu estava cegamente apaixonado. Sei que isso parece meio constrangedor, mas é verdade. Poderia abandonar a banda bem agora. Isso não importa, mas estou sob contrato.”

Em 18 de agosto de 1992 nasce a filha do casal. Courtney Love dá a luz à Frances Bean Cobain, uma bebê linda e saudável. Seu nome do meio (que significa “feijão” em português) foi dado a ela por Kurt, que dizia que a filha parecia um feijãozinho durante os primeiros exames de ultra-som. O primeiro nome parece ter vindo de uma admiração que Kurt tinha por Frances Farmer (atriz de cinema e teatro) e/ou por Frances McKee (cantora da banda The Vaselines).

Courtney costuma ser bastante impopular pelos fãs do Nirvana. As críticas mais verozes a acusam de ter se aproximado de Kurt apenas com o intuito de tornar-se famosa. A mídia que compara Kurt Cobain com John Lennon costuma comparar, também, Courtney Love com Yoko Ono. Rumores apontam que o disco “Live Through This”, considerado o melhor álbum da banda Hole, banda de Love, teria sido quase que totalmente composto por Kurt. O boato tornou-se ainda mais forte após o surgimento de uma versão de “Asking for It” em que Kurt cantava nos backing vocals, mas não existem evidências fortes que confirmem a veracidade dos rumores.

Na época, uma canção do Hole co-escrita por Kurt foi inteiramente creditada ao Hole. Se trata de “Old Age”, que apareceu num lado-B no single de “Beautiful Son” e que o Hole tocou durante sua apresentação para o Acústico MTV em 1995. Entretanto, em 1998, surgiu uma versão da música totalmente tocada pelo Nirvana, furo do jornal de Seattle The Stranger. No artigo, Krist Novoselic confirmava que a canção havia sido gravada pelo Nirvana em 1991, gerando ainda mais provas do envolvimento de Kurt com o Hole. A versão da música foi lançada oficialmente no box do Nirvana “With the Lights Out”, em 2004, e totalmente creditada a Kurt. Eric Erlandson, guitarrista do Hole, afirmou que acreditava que Cobain havia escrito as notas, mas nunca as letras - elas teriam sido escritas por Courtney na versão gravada pelo Hole.

Em 1992, circulou uma edição da revista Vanity Fair que trazia Courtney Love afirmando fazer uso de heroína durante a gravidez. Kurt e Love ficaram muito estremecidos e perturbados com a notícia. Courtney insiste que a revista citou erroneamente alguma fala sua. O romance entre Kurt e Love sempre atraiu a atenção da mídia, mas o casal se viu cercado de repórteres como nunca antes após a publicação daquela Vanity Fair. Depois que o artigo foi publicado, muitos queriam saber, acidamente e sem qualquer pudor, se Frances era uma viciada em drogas ao nascer. A Comarca do Departamento de Serviços à Criança de Los Angeles levou o casal Cobain à corte, alegando que o uso de drogas fazia dele pessoas desqualificadas para serem pais. Quando Frances tinha apenas duas semanas de idade, o juiz ordenou que a guarda fosse retirada dos Cobain e concedida à irmã de Courtney, Jamie, por várias semanas. Para obterem novamente a guarda de Frances, Kurt e Courtney tiveram que ser submetidos a diversos exames de urina e visitas regulares de assistentes sociais, para que se pudesse assegurar as boas condições dos pais. Depois de meses de brigas legais e judiciais, o casal conseguiu obter a total custódia de sua filha.

Hoje em dia, ainda sustenta uma ligação muito forte com Kurt, ela diz que até hoje nunca mais conseguiu namorados fixos “Eu durmo ainda com os pijamas que ele usava” disse em uma entrevista. Com essa ligação Courtney afasta qualquer pessoa que possa querer namora-la. Essa ligação é ainda mais forte por Courtney ter herdado todo o legado de Kurt e do Nirvana, além de ter uma filha com ele. Em várias músicas do Hole e da carreira solo de Courtney podemos encontrar referências sobre Kurt, como as músicas: Doll Parts, Dying, Northern Star, Playing Your Song, Mono e Uncool. 14 anos após a morte de seu marido Courtney está prestes a lançar um novo álbum em que pelo menos uma das músicas podemos ver claramente que ela ainda fala sobre sua relação com Kurt, é a balada desesperada entitulada Pacific Coast Highway.

Vício nas Drogas
Praticamente do começo ao fim de sua vida, lutou contra a depressão, bronquite crônica e uma intensa dor estomacal nunca diagnosticada corretamente. Este seu último problema parecia associado ao seu bem-estar emocional, apesar das inúmeras tentativas que Kurt fez para descobrir sua causa verdadeira - nenhum dos médicos consultados foi capaz de especificar com precisão a causa dessa sua forte dor. Muitos sugeriram que o problema era resultado da escoliose que Cobain teve durante a infância, que estava relacionada com o forte stress durante as apresentações, somado ao peso da guitarra, que Kurt carregava nos ombros durante ensaios, gravações e apresentações.

Certamente, seu problema com as drogas foi o maior de todos os problemas que Kurt enfrentara na vida. Seu vício dramático, especial e praticamente pela heroína, foi um dos principais fatores, senão o principal, que o levou a optar por tirar sua própria vida, naquele abril de 1994. Kurt começou a experimentar drogas na oitava série, em 1980, quando passou a fumar maconha e a tomar LSD. Ele fumava baseados nas festas, depois com os amigos e, por fim, sozinho e diariamente. Quando chegou à nona série, era uma rematado maconheiro. A maconha era barata e abundante em Monte - a maioria cultivada em casa -, e ajudava Kurt a esquecer sua vida doméstica. O que começou como um ritual social se tornou seu anestésico favorito.

Ironicamente, tendo sido criado no fascínio pelo rock n’ roll, ele estava bem ciente de que muitos músicos que idolatrava haviam sucumbido ao abuso de drogas. E embora tivesse fumado maconha como um viciado, freqüentemente bebesse demais e fosse conhecido por inalar gases de latas de creme de barbear vazias, Kurt jurava que jamais sofreria um destino similar. Em 1987, durante um dos períodos sóbrios de reabilitação, ele castigou Jesse Reed (um colega na época) quando este sugeriu que experimentassem heroína. “Kurt não saiu mais comigo depois disso”, lembra Jesse. “Eu estava tentando encontrar heroína, uma droga que eu nunca havia experimentado e ele também não, e ele me veio com um sermão: “Por que você quer se matar? Por que você tem tanta vontade de morrer?.” Em uma história pessoal de drogas construída mais tarde na vida, Kurt escreveu que ele primeiro havia usado heroína em Aberdeen no final dos anos 80, mas não se sabe da veracidade do fato - seus amigos contestam, já que ele tinha medo de agulhas na época e não era possível achar heroína em seu círculo. De vez em quando tomava Percodan em Aberdeen, um narcótico vendido com receita; ele pode ter romantizado e exagerado esse opiato quando o evocou mais tarde.

No outono de 1990, magoado por problemas em seu relacionamento com Tobi Vail, as mesmas perguntas que Kurt fizera a Jesse anteriormente poderiam agora lhe ser feitas. No início de novembro, ele superou seu medo de agulhas e pela primeira vez (de que se sabe oficialmente) se injetou heroína com um amigo em Olympia. Descobriu que os efeitos eufóricos da droga o ajudavam temporariamente a fugir de suas dores de cabeça e de estômago. No dia seguinte, Kurt ligou para Krist. “Ei, Krist, eu tomei heroína”, disse ele a seu amigo. “Uau! E como foi?”, perguntou Krist. “Ah, foi tudo bem”, respondeu Kurt. Krist então lhe disse: “Você não devia fazer isto. Lembre-se de Andy Wood”. Wood era vocalista do Mother Love Bone, uma próspera banda de Seattle, que morreu de overdose de heroína em março de 1990. Novoselic citou outros amigos de Olympia que haviam morrido pelo vício com heroína. A resposta de Kurt foi bastante retraída: “É, eu sei”. Novoselic, desempenhando o papel de irmão mais velho, advertia Kurt de que a heroína não era como as outras drogas que ele tomara: “Lembro de lhe ter dito literalmente que estava brincando com dinamite”.

O aviso, contudo, caiu em ouvidos surdos. Embora Kurt prometesse a Krist que não tomaria a droga novamente, quebrou a promessa. Para evitar que Krist ou Grohl descobrissem, Kurt tomava a droga em casas de amigos. Descobriu um traficante chamado José, que estava vendendo para muitos que haviam recém-usado a droga em Olympia. Curiosamente, Dylan Carlson (um dos mais íntimos amigos de Kurt e aquele que inclusive comprou a espingarda que Kurt se suicidou) também havia experimentado heroína pela primeira vez naquele outono, embora sem Kurt. Mas logo a ligação entre os dois se estendeu à heroína - normalmente tomada uma vez por semana graças a diversos fatores que incluíam sua pobreza e seu desejo de não se tornarem viciados. Mas de vez em quando eles participavam de farras, como da vez que alugaram um quarto barato de hotel em Seattle para tomarem a droga reservadamente sem alarmar seus amigos ou colegas de quarto.

Mas os amigos de Kurt ficaram assustados por seu agravante uso de drogas. Tracy havia finalmente perdoado Kurt e eles estavam se encontrando de vez em quando. Quando Shelli (esposa de Krist) contou a ela que Kurt estava tomando heroína, ela não acreditou no que ouviu. Naquela semana, Kurt ligou para Tracy tarde da noite, obviamente alto, e ela o questionou diretamente. Sobre o assunto, Tracy recorda: “Ele me disse que havia tomado algumas vezes. Disse que realmente gostava e que a droga o deixava mais sociável. Mas disse que não ia tomar o tempo todo. Tentei ser imparcial, dizendo-lhe que ele não devia fazer isso, procurando não levá-lo a sentir-se mal por tê-la tomado”. Uma semana depois, eles passaram uma noite juntos, comparecendo a várias festas. Entre os eventos, Kurt insistiu que parassem em sua casa para que ele fosse ao banheiro. Como ele não voltava, Tracy foi procurá-lo e o encontrou no chão, com uma garrafa de alvejante ao seu lado e uma agulha no braço. Ela ficou furiosa: Kurt havia se tornado algo que Tracy não poderia ter imaginado mesmo em seu pior pesadelo. “Alvejante”, a tradução para “bleach”, era usado para esterilizar agulhas. A brincadeira do título do primeiro disco do Nirvana não parecia engraçada para mais ninguém. Mas a heroína foi apenas uma pequena parte de 1990 para Kurt, e, na maior parte, ele manteve sua promessa de tomá-la apenas ocasionalmente. Ele era distraído de tudo o mais pelo fato de que sua carreira estava decolando como nunca antes.

Contudo, seu uso de heroína só foi aumentando com o passar dos anos. Na época de Nevermind, em 1991, o uso da droga começou a afetar diretamente não só a vida de Kurt, mas como também o Nirvana. Cobain passava mal durante shows e sessões de fotos. Um memorável exemplo de um fato como este aconteceu durante a performance da banda no programa humorístico Saturday Night Live, em 1992, quando o Nirvana fazia uma sessão de fotos com o fotógrafo Michael Levine. Cobain mostrava sonolência, ficava oscilando entre um estado acordado e um adormecido, mesmo de pé (sonolência é um dos efeitos da droga). Sobre essa ocasião, Kurt falou ao principal biógrafo do Nirvana, Michael Azerrad: “Quero dizer, o que eles podiam fazer? Não podiam me fazer parar. Então eu não estava nem aí. Evidentemente, para eles parecia que eu estava sob o efeito de alguma bruxaria ou coisa do tipo. Não sabiam de nada sobre o assunto então imaginavam que a qualquer segundo eu poderia morrer”. Na mesma noite, após a apresentação no Saturday Night Live, Cobain apareceu na sala do DJ Kurt St. Thomas e deu uma das entrevistas mais longas de sua vida, num clima de conversa expontânea entre amigos. Várias horas depois, quando o sol estava se erguendo na manhã de domingo, Courtney descobriu que Kurt estava sofrendo com a overdose de heroína que ele havia tomado depois da entrevista. Se fora intencional, não se sabe, mas Kurt era um viciado com gama de descuidado. Ela salvou sua vida ressuscitando-o, e, depois disso ele parecia tão bem como nunca havia estado antes.

Com o agravamento do vício, Cobain reconheceu que precisava mudar. Sua primeira tentativa de se livrar dos vícios aconteceu em no começo de 1992, logo que Kurt e Courtney descobriram que seriam pais. Courtney também tentou se limpar. Embora ambos estivessem se desintoxicando por causa do bebê, Kurt teve de partir duas semanas depois de receber a notícia para uma excursão no Extremo Oriente. “Eu me vi percebendo que não conseguiria drogas quando chegássemos ao Japão e à Austrália”, escreveu ele em seu diário.

Os primeiros concertos na Austrália transcorreram normalmente, mas no prazo de uma semana Kurt estava sofrendo novamente com a dor de estômago, o que forçou o cancelamento de compromissos. Ele foi para uma sala de emergência uma das noites, mas saiu depois de entreouvir uma enfermeira dizer: “Ele não passa de um drogado”. Conforme escreveu em seu diário, “a dor me deixou imóvel, dobrado no chão do banheiro, vomitando água e sangue. Eu estava literalmente morrendo de fome. Meu peso estava abaixo de 45 quilos”. Desesperado por uma solução, procurou um médico australiano especializado em bandas de rock. Na parede do consultório, orgulhosamente exposta, estava uma foto do médico com Keith Richards. “A conselho dos meus empresários, fui levado a um médico que me deu Physeptone”, escreveu Kurt em seu diário. “As pílulas pareciam funcionar melhor do que qualquer outra coisa que eu tentara.” Mas algumas semanas mais tarde, depois que a excursão chegou ao Japão, Kurt notou que o rótulo do frasco dizia: “Physeptone - contém metadona” e escreveu em seu diário: “Viciado novamente.”

Pouco depois, Kurt e Courtney decidiram que se casariam no Havaí. À essa altura Kurt havia voltado a se injetar com heroína. Pouco antes da cerimônia, Kurt havia tomado heroína, embora tenha contado para Azerrad que “não estava muito alto. Eu só tomei um pouquinho e por isso não enjoei”. Uma vez que o casamento foi organizado às pressas, a maioria dos convidados, oito no total, incluindo Dave Grohl, era da equipe da banda. Kurt mandou Dylan Carlson tomar um avião para servir de padrinho, embora isso em parte tenha sido desencadeado por Kurt querer que Dylan levasse heroína para ele. Kurt não havia convidado sua família para o casamento. A ausência de Krist e Shelli foi muito notada. Na manhã do casamento, Kurt tinha banido Shelli e alguns membros da equipe porque achava que eles estavam fofocando sobre sua futura esposa - e efeito desse decreto também foi o de desconvidar Krist. “Kurt estava mudando”, lembra Shelli. Naquele mês, Kurt havia dito a Krist: “Eu não quero nem ver Shelli, porque quando olho para ela, eu me sinto mal pelo que estou fazendo”. A análise de Shelli é a seguinte: “Eu acho que olhar para mim era como olhar para a consciência dele”. Ficou claro que Kurt estava fechando-se em seu próprio mundo, totalmente chapado pelo amor que sentia por Courtney e visivelmente abalado pelo sério vício de heroína que adquirira.

Depois do casamento e de volta para Los Angeles, Kurt mais tarde desqualificou o seu maior consumo da droga dizendo que era “Muito menos turbulento do que todo mundo pensa”. Ele contou para Azerrad que decidiu continuar a ser um viciado porque achava que “se parasse na época, acabaria tomando de novo pelo menos pelos próximos dois anos o tempo todo. Imaginei que eu só iria me irritar com isso porque ainda não tinha passado pela sensação de drogado total. Eu ainda era saudável”. Sua dependência química e psicológica já era grande naquela etapa, e seus comentários eram uma tentativa de minimizar o que havia se tornado um vício debilitante.

A heroína se tornou, de diversas maneiras, o hobby que ele nunca tivera quando criança: ele organizava metodicamente sua caixa de “equipamentos” como um garotinho poderia organizar sua coleção de cards de beisebol. Nessa caixa sagrada ele guardava sua seringa, um fogareiro para derreter a droga (a heroína da Costa Oeste tinha a consistência de alcatrão de telhado e precisava ser aquecida), colheres e bolas de algodão usadas na preparação da heroína pra injetar. Um submundo desagradável de traficantes e entregas diárias se tornou comum na vida de Kurt.

Em março, a preocupação em torno da crescente dependência de Kurt e seu efeito em Courtney levou seus empresários a tentarem uma primeira intervenção formal. Contratam Bob Timmins, um especialista em dependência de drogas cuja fama se contruira no trabalho com astros do rock. O médico sugeriu que Kurt considerasse sua internação em um programa de tratamento de dependência química. “Meu conselho foi aceito. O motivo pelo qual recomentei esse programa específico era que ele era desenvolvido no hospital Cedars-Sinai, e eu achava que algumas questões médicas se evidenciaram em minha avaliação. Não se tratava de dizer apenas ‘faça o tratamento, desintoxique-se, vá para reuniões’. Havia muitas questões médicas envolvidas.”, disse Timmins.

No início, a permanência de Kurt no Cedars-Sinai ajudou-o consideravelmente, e logo ele parecia sóbrio e saudável. Mas, embora concordasse em continuar com a metadona - uma droga que bloqueia a síndrome de abstinência sem produzir euforia -, ele terminava o tratamento cedo e evitava as reuniões dos 12 Passos. “Ele definitivamente não era uma pessoa sociável. Essa parte de sua personalidade provavelmnente atrapalhava o processo de recuperação.”, disse Timmins.

Apesar da iniciativa, Kurt abandonou a clínica sem muito alarde. Jesse Reed, aquele velho colega de Kurt, o visitou em maio de 1992 e, no dia em que estiveram juntos, Kurt teve de tomar a droga duas vezes. Em ambas, ele entrou no banheiro para não fazê-lo na frente de seu mais velho amigo, ou de Courtney. Mas Kurt não se retraía em relação a discutir seu vício com Jesse. Passaram a maior parte do dia aguardando a entrega de um novo suprimento de heroína. Ironicamente, Jesse e Kurt passaram a maior parte da tarde assistindo um videoteipe mostrando um homem dando um tiro na cabeça. Kurt conseguiu a fita pirata numa loja de rapé. Ele assistiu obsessivamente ao suicídio durante 1992 e 1993 - quase tantas vezes quanto ao que assistiu ao ultra som de sua filha.

Atormentado por sua dor de estômago cada vez pior, Kurt considerou o suicídio. “Instantaneamente recuperei aquela conhecida náusea e queimação e deicidi me matar ou deter a dor. Comprei um revólver, mas preferi ficar com as drogas.”, escreveu em seu diário. Ele abandonou a metadona por um tempo e logo voltou de vez para a heroína. Quando nem sequer as drogas pareciam aliviar a dor, ele acabou decidindo tentar de novo o tratamento, depois de pressionado por Courtney e pelos empresários. No dia 4 de agosto de 1992, Kurt internou-se na unidade de reabiltitação de drogas do hospital Cedars-Sinai para sua terceira reabilitação. Ele havia começado a se consultar com um novo médico - consultara uma dúzia de especialistas em dependência química durante 1992 - e concordara com um programa de desintoxicação intensiva de dois meses. Foram dois meses de “fome e vômito. Enganchado a uma intravenosa e gemendo alto com a pior dor de estômago que eu jamais havia sofrido”, escreveu em seu diário.

Em 18 de agosto de 1992, nasce sua filha, Frances Bean Cobain. Cobain foi acompanhar o parto, que aconteceu no mesmo hospital em que fazia o tratamento. Sua reabilitação não estava indo bem - ele se via incapaz de ingerir comida e passava a maior parte do tempo dormindo ou vomitando. Courtney foi até a sala em que Kurt residia e o levou até a ala de obstetrícia. Ele estava em total fragildiade - com pouco mais de 47 quilos e ainda preso a uma intravenosa, mal conseguia respirar. Kurt desmaiou momentos antes de Frances despontar e não a viu passando pelo canal do nascimento. Mas depois que o bebê saiu e passou pelo sugador para limpá-lo, ele o pegou no colo. Foi um momento que descreveu como um dos mais assustadores de sua vida - “Eu estava apavorado pra cacete!”, declarou a Azerrad. Mesmo passando por um dos momentos mais intensos de sua vida, Kurt foi premiado com a felicidade ao ver e sentir sua filha chegando ao mundo.

No dia seguinte, Kurt escapou da unidade de desintoxicação do hospital, comprou heroína e aplicou-se e depois voltou com uma pistola calibre 38 carregada. Kurt ficou atordoado com o artigo publicado pela revista Vanity Fair, que dizia que Courtney afirmara aplicar heroína durante a gravidez. Foi até o quarto de Courtney, e a fez lembrar de um juramento que ambos haviam feito: se por alguma razão fossem perder o bebé, eles se matariam em duplo suicídio. Ambos temiam que Frances lhes fosse tirada, e Kurt receava que não conseguiria deixar a heroína. Courtney o convenceu a continuar vivendo, pelo menos naquele momento.

Mas o desespero de Kurt começou a tomar outras proporções àquela altura. No dia seguinte, ele conseguiu que uma traficante entrasse no Cedars-Senai e, em um quarto afastado da ala obstétrica, sofreu uma overdose. A traficante disse que “nunca tinha visto alguém tão morto”. Logo uma enfermeira foi encontrada e Kurt foi reanimado, derrotando mais uma vez a morte.

Em 2 de setembro, em Los Angeles, Kurt ainda tomava metadona e estava em reabilitação, embora tivesse trocado de centro de tratamento e agora fosse um paciente do Exodus, em Marina Del Rey. Krist o visitou no centro e achou que ele parecia mal: “Ele só ficava deitado na cama. Estava simplesmente estropiado. Depois disso, melhorou, porque ficou realmente estupidificado. Tudo era muito pesado; ele era pai, estava casado, era um astro do rock e tudo aconteceu de uma vez. Para quem quer que passasse por tudo aquilo, era muita pressão, mas ser viciado em heroína quando se estava passando por aquilo, é muito diferente.”

Kurt passava o tempo todo no Exodus fazendo terapia individual, em grupo e até reuniões dos 12 Passos. Durante a maioria das noites ele escrevia em seu diário, produzindo longos tratados sobre o assunto, passando pela ética do punk rock até o preço pessoal de se viciar em heroína: “Quase todos que experimentam drogas pesadas, ou seja, heroína e cocaína, acabarão se tornando literalmente escravos dessas substâncias. Eu me lembro de alguém ter dito: ‘se você experimentar heroína uma vez, ficará viciado’. É claro que eu dei risada e zombei da idéia, mas agora acredito que isto seja a pura verdade.” E embora Kurt usar seu estômago como desculpa para se drogar, quando sóbrio ele o contestava: “Eu sinto pena de todos aqueles que pensam que podem usar a heroína como medicamento, porque, hã, que nada, isto não funciona. Abstinência da droga é tudo aquilo que você já ouviu dizer. Você vomita, você se machuca, você sua, você caga na cama como naquele filme ‘Christiane F.’”.

Ele encontrou mais sucesso em seu tratamento quando começou a consultar o dr. Robert Fremont, um conselheiro de Los Angeles que também estava cuidando da dependência química de Courtney. Fremont não poderia ter sido mais controvertido: ele havia perdido sua licença para clinicar depois de ter receitado narcóticos para si mesmo. Ele acabou recuperando a licença e voltou a clinicar, tratando dos problemas de drogas de alguns dos maiores astros de Hollywood. Ele tinha sucesso numa profissão em que os índices de recaída são extraordinariamente altos, talvez porque tivesse experiência direta com o vício. Ele defendia a prescrição generosa de drogas legais a clientes que estavam se desintoxicando, metodologia que adotou com Kurt. Em setembro de 1992, Fremont começou a usar um plano experimental - e na época legal - de tratamento em Kurt, que envolvia ministrar-lhe doses diárias de buprenorfina. Derivado da morfina, este narcótico relativamente benigno estimula os receptores do opiato do cérebro e, com isso, pode cortar o desejo pela heroína, ou assim supunha Fremont. Em Kurt, o método funcionou, pelo menos temporariamente. Sobre o assunto, Kurt descreveu em seu diário: “Fui introduzido na buprenorfina, que descobri que alivia a dor do estômago em questão de minutos. Ela tem sido usada experimentalmente em alguns centros de desintoxicação para a interrupção do consumo de opiatos e de cocaína. A melhor coisa nela é que não há nenhum efeito colateral conhecido. Ela atua como um opiato, mas não deixa você alto. A classe de potência da buprenorfina é a de um barbiturato moderado, e numa escala de uma dez, é de grau um, e a heroína, grau dez.”

Em janeiro de 1993, o Nirvana visitou o Brasil para a realização de dois shows, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. Kurt levou consigo doses de buprenorfina, e não heroína, pelo que tudo indica. Nesse período, o narcótico já não continha completamente seu desejo pela droga. Ele sofreu com a abstinência da heroína, que era muito difícil de ser encontrada no Brasil. Tentou compensar seu vício usando bolinhas e biritas. Apesar de muito atordoado, Kurt conseguiu se divertir com Courtney durante a estadia no Brasil.

Kurt e o Nirvana voltaram logo para os Estados Unidos. Cada um seguia sua vida, Kurt com seu vício, sua esposa e filha, mas a banda arrumou tempo para trabalhar e muito fez pelo próximo disco, “In Utero”. Entretanto, um dos momentos mais chocantes da vida de Kurt e de seus parentes e família aconteceu em maio de 1993, quando a emergência do 911 foi chamada na residência dos Cobain. Kurt havia sofrido uma overdose e Courtney disse aos policiais que ele se injetara “o equivalente a 30 ou 40 dólares de heroína”. Kurt, além de ter ficado azul e parecer estar morto, havia se trancado no quarto. Love conseguiu fazer com que a mãe e a irmã de Kurt viessem até o local, para ajudar. Courtney jogou água fria em Kurt, andou com ele pela casa, deu-lhe Valium e, finalmente, injetou-lhe Narcan, uma droga usada para neutralizar a heroína, mas nada disso o reanimou inteiramente (um estoque de Narcan, também obtida ilegalmente, era sempre mantido na casa para esta finalidade). Wendy tentou esfregar as costas de Kurt - o jeito que ela encontrou para confortar o filho -, mas a heroína deixava seus músculos mais rígidos do que um manequim de gesso. Quando os paramédicos chegaram, Kurt entrou na ambulância e a crise parecia afastada. No hospital, Kurt conseguiu ser um pouco animado e se tornou “hilário”, como lembra Kim, sua irmã: “Ele estava deitado no corredor de um hospital lotado, tomando soro por intravenosa e outras coisas para reverter as drogas. Estava deitado lá e começou a falar sobre Shakespeare. Então ele apagou e, cinco minutos depois, acordou e continou a conversa comigo.”

No verão de 1993, Kurt continua com seu vício pesado em drogas. Ele sentia-se culpado porque raramente conseguia se manter sóbrio. Embora estivesse exteriormente mais contente tomando drogas, por dentro, na contradição louca que é o vício, ele estava cheio de remorso. Seus diários eram marcados por lamentações sobre sua incapacidade de ficar sóbrio. Naquele verão, o médico de reabilitação de drogas de Kurt, Robert Frement, foi encontrado morto em seu escritório. Sua morte foi atribuída a um ataque cardíaco, embora seu filho insistia no fato de que o pai havia sucumbido ao uso de drogas e acabou suicidando-se com uma overdose. Numa entrevista concedida na época, Kurt mentia sobre seu uso em heroína - disse a Jon Savage, seu entrevistador, que “tomara heroína por cerca de um ano, de vez em quando”. Naquela noite, Kurt tomou uma overdose e quando acordou, parecia totalmente ressuscitado.

Em janeiro de 1994, Kurt e Courtney compraram uma nova casa em Seattle. Mudaram-se então para o Lake Washington Boulevard. Lá, Kurt tinha Dylan Carlson como principal companheiro e costumava injetar-se na companhia do amigo. Courtney tentou impedir que traficantes chegassem até a nova casa para entregas de novas remessas, mas Kurt contratou amigos para esconder as entregas nos arbustos. O uso de drogas por Kurt havia se expandido no curso de seu vício: se ele não conseguia encontrar heroína, injetava-se com cocaína ou metanfetamina, ou usava narcóticos com receita, como Percodan. Se todas essas outras fontes secavam, ele tomava doses maciças de benzodiazepina, na forma de Valium ou de outros tranqüilizantes - eles atenuavam seus sintomas de abstinência de heroína.

Últimas Semanas — Morte
Durante o começo de 1994 o Nirvana fazia uma turnê na Europa. O último show do Nirvana aconteceu no Terminal Einz, em Munique, Alemanha, em 1 de março. Um Kurt completamente estafado e com a voz visivelmente desgastada determina férias instantâneas - shows marcados para os dias 2 e 3 são cancelados e, depois, adiados para abril, quando a turnê européia teria sua segunda parte. Cobain é diagnosticado com bronquite e com uma grave laringite. Cobain vai para Roma, Itália, para descansar, se medicar e encontrar com Courtney Love. Courtney chega a Roma no dia 3 e encontra Kurt no Hotel Excelsior. O casal passou várias semanas sem se ver. As expectativas de Kurt pelo reencontro levam um banho de água gelada quando Courtney diz que está exausta e quer dormir. Quando ela acorda na manhãzinha do dia 4, Kurt está no chão, com o nariz sangrando. Ele havia tomado champanhe e cerca de 50 pílulas do tranqüilizante Rohypnol. Kurt deixa uma carta de despedida com três folhas, caracterizando a tentativa de sucídio. Mas, oficialmente, o fato é divulgado como uma dose excessiva e acidental de medicamentos. Na carta, Kurt diz que Courtney não o ama mais, e que ele preferia morrer a passar por mais um divórcio (o primeiro foi o de seus pais). Internado no hospital Umberto I, Kurt sai do coma no dia 5 e é transferido para o American Hospital, também em Roma. Recebe alta no dia 8 e volta para os Estados Unidos no dia 12.

Em 18 de março, chama a polícia de Seattle porque Kurt se trancou em um quarto da casa com um revólver. Os policiais conversam com ele, que afirma não ser um suicida e querer apenas ficar longe da esposa. Quatro armas que Cobain tem na casa são confiscadas.

Love planeja intervir seriamente nos problemas de Kurt, preocupada com seu vício em heroína. Dez pessoas envolveram-se no trabalho, incluindo colegas, amigos, executivos da gravadora e Dylan Carlson, um dos amigos mais íntimos de Kurt. Danny Goldberg, empresário do Nirvana, descreveu Cobain como sendo “extremamente relutante” e que “ele negava que estava fazendo qualquer coisa auto-destrutiva”. Contudo, Cobain concordou em se internar no Exodus, em Los Angeles, Califórnia, que aconteceu em 30 de março. Courtney estava na mesma cidade promovendo o novo disco do Hole, “Live Through This”. No dia 1º, por volta das 19:30h, Kurt saiu pelas portas dos fundos da Exodus sob o pretexto de fumar um cigarro e escalou o muro de pouco menos de dois metros de altura. E fugiu. Duas horas depois, Kurt usou seu cartão de crédito para comprar uma passagem de primeira classe para Seattle no vôo 788 da Delta. Antes de embarcar, ligou para a Seattle Limusine e marcou para ser apanhado no aeroporto - pediu explicitamente para que não enviassem uma limusine. Tentou falar com Courtney, mas ela não estava - deixou uma mensagem dizendo que havia ligado. Ela já o estava procurando em Los Angeles assim que soube que Kurt sairia do Exodus. Ficou convencida de que ele irira comprar drogas e provavelmente ter uma overdose. Kurt chegou em casa à 1:45h da manhã do sábado, 2 de abril. Ali, passou um tempo com o casal Cali e Jessica Hooper, colegas que estavam hospedados na casa. Horas depois, Kurt chamou um táxi e tentou comprar munição. Vendo que as lojas ainda estavam fechadas, Kurt desistiu e provavelmente se hospedou no motel Crest ou no Quest - que ficavam próximos de um de seus traficantes. Naquele dia ele também foi até a Seattle Guns e comprou uma caixa de cartuchos de espingarda calibre 20.

Com o intuito de descobrir o paradeiro de Kurt, Courtney cancelou todos os seus cartões de crédito. Nos dois dias que se seguiram, houve notícias dispersas de que Kurt havia sido visto. Na noite de domingo, 3, ele foi visto no restaurante Cactus, jantando com uma mulher magra, provavelmente sua traficante, Caitlin Moore, e um homem não identificado. Naquele domingo, Courtney ligou para detetives particulares das Páginas Amarelas de Los Angeles, até que encontrou um que estava trabalhando naquele fim de semana. Tom Grant e seu assistente Ben Klugman a visitaram naquela tarde. Ela disse que seu marido havia fugido do centro de reabilitação, que estava preocupada com a saúde dele e pediu a Grant que vigiasse o apartamento da traficante Caitlin Moore, onde ela imaginava que Kurt poderia estar. Grant subcontratou um detetive de Seattle, dando-lhe ordens para observar a casa de Dylan Carlson e o apartamento de Caitlin. A vigilância foi montada naquele mesmo domingo. Entretanto, os detetives não montaram guarda imediatamente na casa de Kurt, que ficava no Lake Washington Boulevard.

Na segunda-feira, 4, pediu que a polícia verificasse a casa em Lake Washington. Os policiais passaram por lá várias vezes, mas não viram nenhum movimento. Naquele dia, à noite, Cali saiu de casa, deixando Jessica sozinha no quarto dele. Por volta da meia-noite, ela ouviu ruídos. “Ouvi passos no andar de cima e no corredor”, lembra ela. Gritou um “oi” mas não ouviu resposta. Estima-se que era Kurt chegando naquele começo de madrugada. Cali só voltou depois das três da manhã, e ele e Jessica dormiram até tarde da manhã seguinte.

Na tarde de terça-feira, 5, Courtney mandou Eric Erlandson, seu amigo e guitarrista do Hole, ir até a casa do Lake Washington procurar por Kurt. Ele encontrou-se com Cali e Jessica e os três procuraram por Kurt, armas e drogas. Tentativas todas em vão. Ninguém pensou em procurar na garagem e na estufa, e Erlandson saiu apressado rumo à casa em Carnation, onde a irmã de Kurt morava na ocasião. Na quarta, 6, Jessica e Cali deixaram a casa dos Cobain, mas na tarde de quinta, 7, Courtney conseguiu falar com o casal e ordenou que procurasse por Kurt mais uma vez na casa do Lake Washington. Os dois foram até lá juntos com uma amiga, Bonnie Dillard. Não encontraram nada e deixaram um bilhete com um sermão para Kurt e mandando-o procurar por Courtney. Logo que foram embora, Dillard mencionou que talvez tivesse visto algo perto da garagem, mas, amedontrados, ninguém quis voltar para checar.

Dois dias antes, 5, nas horas que antecediam a alvorada de terça feira, Kurt Cobain havia despertado em sua cama. Os travesserios ainda tinham o cheiro do perfume de Courtney. No quarto, o aroma misturou-se com o cheiro ligeiramente picante da heroína cozida - este também era um cheiro que o despertava.

Kurt havia dormido com suas roupas do corpo. Vestia sua camiseta da banda Half Japanese e suas calças Levi’s favoritas. Vestiu e amarrou os cadarços do par de tênis Converse que possuia, caminhou até o aparelho de som e colocou para tocar um disco do R.E.M., “Automatic for the People”. Acendeu um Camel Light e caiu de costas na cama com um bloco tamanho ofício apoiado em seu peito e uma caneta vermelha de ponta fina. Ele já havia escrito uma longa carta pessoal à sua esposa e filha, rapidamente rabiscada, enquanto estava no Exodus. Ele havia trazido o papel até Seattle e havia enfiado sob um dos travesseiros impregnados de perfume. “Você sabe, eu amo você. Eu amo Frances. Eu sinto muitíssimo. Por favor, não venha atrás de mim. Eu sinto muito, muito, muito.”, eram algumas das palavras que Kurt havia escrito, enchendo uma página inteira com esse pedido de perdão. “Eu estarei lá”, continuou ele. “Eu protegerei você. Não sei para onde estou indo. Simplesmente não posso ficar mais aqui.”

Tinha sido muito difícil escrever aquele bilhete, mas ele sabia que esta segunda carta seria igualmente importante e ele precisaria ter cuidado com as palavras. Ele endereçava “Para Boddah”, o nome de seu amigo de infância imaginário. Quando soltou a caneta, havia enchido a página inteira, exceto por cinco centímetros. Ele fumara três cigarros redigindo o bilhete. As palavras não tinham saído com facilidade e havia erros de grafia e sentenças pela metade. Ele assinou dizendo “paz, amor e empatia. Kurt Cobain”. Escreveu ainda mais uma linha - “Frances e Courtney, eu estarei em seu altar” - e enfiou o papel e a caneta no bolso esquerdo do casaco.

Ele se levantou da cama e entrou no closet, onde retirou uma tábua da parede. Neste cubículo secreto havia uma arma dentro de uma capa de náilon bege, uma caixa de cartuchos de espingarda e uma caixa de charutos Tom Moore. Ele repôs a tábua, enfiou os cartuchos no bolso, agarrou a caixa de charutos e aninhou a pesada espingarda sobre seu antebraço esquerdo. Em um closet do corredor, ele apanhou duas toalhas - ele não precisava delas, mas sabia que alguém precisaria. Desceu silenciosamente os dezenove degraus da larga escadaria. Estava a cerca de um metro do quarto de Cali e não queria que ninguém o visse. Ele havia refletido sobre tudo isso, traçado um mapa com a mesma premeditação que dedicava às capas de seus discos e a seus vídeos. Haveria sangue, muito sangue, e uma bagunça que ele não queria em casa. Principalmente, ele não queria assombrar aquele lar, deixar sua filha com o tipo de pesadelos com que ele havia sofrido.

Quando se dirigia para a cozinha, passou pela soleira da porta onde ele e Courtney haviam começado a acompanhar o quanto Frances havia crescido. Apenas uma linha estava ali agora, uma pequena marca de lápis com o nome dela a cerca de 79 centímetros acima do chão. Kurt nunca mais veria outra marcas mais altas naquela parede, mas estava convencido de que a vida de sua filha seria melhor sem ele.

Na cozinha, ele abriu a porta de sua geladeira Traulson de aço inox de 10 mil dólares e apanhou uma lata de cerveja de raizes da Barq, tomando cuidado para não soltar a espingarda. Levando essa carga macabra - cerveja de raízes, toalhas, uma caixa de heroína e uma espingarda, tudo o que mais tarde seria encontrando num arranjo de plantas bizarro -, ele abriu a porta para o quintal e atravessou o pequeno pátio. A aurora estava rompendo e a neblina pairava próximo do chão. A maioria das manhãs em Aberdeen eram exatamente assim: nevoentas, orvalhadas, úmidas. Ele jamais veria Aberdeen novamente; jamais escalaria efetivamente até o topo da caixa d’água no “Morro do Think of Me”; jamais compraria a fazenda que sonhava em Grays Harbor; jamais acordaria novamente numa sala de espera de hospital tendo fingido ser um visitante para só encontrar um lugar quente para dormir; jamais veria novamente sua mãe, irmã, pai, mulher ou filha. Ele trilhou os cerca de vinte passos até a estufa, galgou os degraus de madeira e abriu o conjunto de portas francesas dos fundos. O piso era de linóleo: seria fácil de limpar.

Ele sentou-se no chão da estrutura de cômodo único, olhando para as portas da frente. Ninguém conseguiria vê-lo ali, a menos que estivesse trepado nas árvores atrás de sua propriedade, e isto não era provável. Não queria mais ver o interior de um hospital novamente, não queria um médico de jaleco branco apalpando-o, não queria ter um endoscópio em seu estômago dolorido. Ele estava acabado para aquilo tudo, acabado para o seu estômago, ele não poderia estar mais acabado. Como um grande diretor de filmes, ele havia planejado este momento até os mínimos detalhes, ensaiando esta cena ao mesmo tempo como diretor e como ator. No curso dos anos, tinha havido muitos ensaios finais, passagens de raspão que quase seguiam este caminho, fosse por acidente ou, às vezes, por querer, como em Roma. Talvez fora sempre isto que ele guardava vagamente em sua cabeça, como um ungüento precioso, como a única cura para uma dor que jamais passaria. Ele não se importava com a liberação do desejo, ele desejava a libertação da dor.

Ficou sentado pensando coisas que só ele sabia por vários minutos. Fumou cinco Camel Light e sorveu vários goles de sua cerveja. Tirou o bilhete do bolso, estendeu-o no chão do linóleo e tinha de escrever em letras maiores, que não saíram tão perfeitas, por causa da superfície que ele estava: “Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances, pela vida dela que será muito mais feliz sem mim. Eu te amo. Eu te amo”. Essas últimas palavras haviam completado a folha. Depositou o bilhete no alto de um monte de terra para vasos e fincou a caneta no meio, para que, como uma estaca, segurasse o papel no alto, sobre a terra.

Tirou a espingarda da capa de náilon macia. Dobrou cuidadosamente a capa, como um garotinho separando suas melhores roupas de domingo depois da missa. Tirou a jaqueta, estendeu-a sobre a capa e colocou as duas toalhas no alto desse monte. Ele foi até a pia e apanhou uma pequena quantidade de água para o seu fogareiro de droga e sentou-se novamente. Abriu a caixa com 25 cartuchos de espingarda e tirou três, enfiando-os na câmara da arma. Moveu o mecanismo da Remington para qu e um único cartucho estivesse na câmara. Retirou a trava de segurança da arma.

Fumou seu último Camel Light. Tomou mais um gole da Barq. Lá fora, estava começando um dia nublado - era um dia como aquele em que ele chegara a este mundo, 27 anos, um mês e dezesseis dias antes. Ele agarrou a caixa de charutos e tirou um pequeno saco plástico que continha cem dólares de heroína preta mexicana - era um bocado de heroína. Ele pegou cerca de metade, um chumaço do tamanho de uma borracha de lápis e o colocou na colher. Sistemática e habilmente, preparou a heroína e a seringa, injetando-a logo acima do cotovelo, não muito longe de seu “K” tatuado. Devolveu os instrumentos para a caixa e se sentiu uma nuvem, rapidamente flutuando para longe deste lugar. O jainismo pregava que havia trinta céus e sete infernos, todos dispostos em camadas ao longo de nossas vidas; se ele tivesse sorte, este seria seu sétimo e último inferno. Afastou para o lado seus instrumentos, flutuando cada vez mais rápido, sentindo sua respiração se reduzir. Ele tinha de se apressar agora: tudo estava se tornando nebuloso e um matiz verde-água enquadrava cada objeto. Agarrou a pesada espingarda, encostou o cano contra o céu de sua boca. Faria barulho; ele tinha certeza disso. Disparou. E então ele se foi.

O corpo de Kurt foi encontrado pelo eletricista Gary Smith, que chegou à casa do Lake Washington para instalar um novo sistema de segurança. Às 8:40h da sexta-feira, 8, Smith estava perto da estufa e olhou para dentro dela. “Eu vi um corpo estendido lá no chão. Pensei que fosse um manequim. Depois notei que havia sangue na orelha direita. Vi uma espingarda estendida ao longo de seu peito, apontando para seu queixo”, relatou Gary. Ele ligou para a polícia e, em seguida, para sua empresa.

Enquanto isso, em Los Angeles, Courtney havia sido internada no Exodus na quinta-feira, 7, para reabilitação. Na sexta, recebeu a notícia da morte de Kurt através da colega Rosemary Carroll. Courtney deixou a cidade num Learjet com Frances, Rosemary, Eric Erlandson e a babá Jeackie Farry. Quando chegaram à casa do Lake Washington, ela estava cercada por equipes dos telejornais.

Foi possível identificar o cadáver como sendo de Kurt, embora seu aspecto fosse macabro: as centenas de bolinhas de chumbo do cartucho da espingarda haviam espandido sua cabeça e o haviam desfigurado. A polícia retirou as digitais do corpo e as impressões batiam com àquelas já arquivadas no caso da prisão por violência doméstica.

A autópsia encontrou traços de benzodiazepinas (tranquilizantes) e heroína no sangue de Kurt. O nível de heroína era tão algo que mesmo ele - famoso pela enorme quantidade que tomava - não poderia ter sobrevivido por muito mais tempo do que aquele que levou para disparar a arma.

Courtney estava inconsolável. Quando os policiais finalmente deixaram o local, e com apenas um guarda de segurança como testemunha, ela reconstitiu os últimos passos de Kurt, entrou na estufa - que ainda tinha de ser limpa - e mergulhou as mãos em seu sangue. No chão, ajoelhada, ela rezou e gemeu de dor, erguendo as mãos cobertas de sangue para o céu e gritou: “Por quê?!”. Ela encontrou um pequeno fragmento do crânio de Kurt com cabelo preso a ele. Ela lavou e passou xampu nesse horripilante suvenir.

No sábado, 9, Courtney foi até a agência funerária para ver o corpo de Kurt antes de ser cremado - ela já tinha solicidado que fossem feito moldes de gesso de suas mãos. Grohl tambem foi convidado e declinou, mas Krist compareceu, chegando antes de Courtney. Ele passou alguns momentos a sós com seu velho amigo e desatou a chorar. Quando ele saía, Courtney foi introduzida na sala de inspeção. Kurt estava sobre uma mesa, vestido com suas roupas mais elegantes, mas seus olhos tinham sido costurados. Era a primeira vez em dez dias que a Courtney viu o marido e foi a última vez que seus corpos físicos ficaram juntos. Ela acariciou seu rosto, falou com ele e cortou uma mecha de seus cabelos. Depois, baixou as calças dele e cortou uma mecha de seus pêlos púbicos. Finalmente, ela subiu em cima de seu corpo, abraçando-o com as pernas e recostou a cabeça em seu peito e lamentou: “Por quê, por quê?”.

Diversas cerimônias foram realizadas em memória de Kurt. Umas das mais notáveis aconteceu numa tarde de domingo: uma vigília pública foi realizada no Pavilhão da Bandeira do Seattle Centre e reuniu 7 mil pessoas, que levaram velas, flores, cartazes e algumas camisas de flanela em chamas. Um conselheiro de suicídio discursou e incentivou os jovens em dificuldades a pedirem ajuda, enquanto os DJs lcocais trocavam recordações. Uma mensagem curta de Krist foi divulgada, bem como uma fita de Courtney, que leu também a carta de despedida de Kurt.

O corpo de Kurt Cobain foi cremado e Courtney recebeu a urna com as cinzas uma semana depois. Ela pegou um punhado e o enterrou sob um salgueiro na frente da casa. Em maio, colocou o resto numa mochila de ursinho e viajou até o mosteiro budista Namgyal, perto de Ítaca, estado de Nova York, onde procurou consagração para as cinzas e absolvição pra si mesma. Os monges abençoaram os restos e usaram um punhado para fazer uma escultura comemorativa.

A maior parte dos restos mortais de Kurt ficou depositada em uma urna no endereço do Lake Washington, até 1997, quando Courtney vendeu casa, mas insistiu num arcordo que lhe permite voltar um dia e remover o salgueiro.

Por fim, Frances Bean Cobain, então com seis anos de idade, espalhou as cinzas do pai no riacho McLane, em Olympia, Washington - elas dissolveram e flutuaram na corrente. Em diversos sentidos, este era, também, um local adequado para o descanso…